quarta-feira, 26 de agosto de 2015

#514


Sorriso.
@ Travessa António Guimarães, Penafiel


Escudei-me com um sorriso, nesse momento.
Não sabes que momento?
Sabes. Claro que sabes.
O momento em que o teu escudo foi o mesmo.
Mas noutros lábios. Nos teus.
O sorriso é onde a alma transborda
(quando deixamos a alma transbordar).
O sorriso é quando o corpo se transcende
(quando não o amarramos).
O sorriso é sempre que o coração se eleva
(quando não o emudecemos).

     Fizeste-me sorrir.
     E eu sorri, sem medo.
     Não lhe chamo mais escudo,
     porque não quis que me defendesse,
     mas sim que me preenchesse
     e me desse mais de mim.


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